La era de Xi Jinping y las distintas caras del proyecto geopolítico chino en el sistema-mundo contemporáneo: algunas percepciones

A Era Xi Jinping e as várias faces do projeto Geopolítico chinês no sistema-mundo contemporâneo: algumas percepções

Dr. C. Charles Pennaforte

Doutor em Ciências (Relações Internacionais) pela Universidad Nacional de La Plata, Argentina. Professor Adjunto na Universidade Federal de Pelotas, Curso de Relações Internacionais. Coordenador do Laboratório de Geopolítica, Relações Internacionais e Movimentos Antissistêmicos (LabGRIMA) e do Grupo de Pesquisa Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Geopolítica & Mercosul (GeoMercosul). charlespennaforte@gmail.com

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Lic. Kássia Schierholt

Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Pelotas, Brasil. Aspirante a Investigador do Laboratório de Geopolítica, Relações Internacionais e Movimentos Antissistêmicos (LabGRIMA) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Geopolítica & Mercosul (GeoMercosul). kassiapolas@gmail.com

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Lic. Henrique Benjamin

Aspirante a Investigador do Curso de Relações Internacionais na Universidade Federal de Pelotas, Brasil. Becário de Iniciação Científica (IC) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS), pesquisador do Laboratório de Geopolítica, Relações Internacionais e Movimentos Antissistêmicos (LabGRIMA) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Geopolítica & Mercosul (GeoMercosul). benjamimhenrique.v@gmail.com

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Recibido: 17 de febrero de 2022

Aprobado: 2 de marzo de 2022

 

 

RESUMEN La política exterior de China - que desde el gobierno de Deng Xiaoping (1978 - 1992) se caracterizó por su neutralidad- ha asumido cada vez más una postura proactiva, logrando una mayor influencia en el escenario internacional. Y este cambio en la política exterior se debe principalmente al actual gobierno de Xi Jinping, que ha utilizado el poder económico de China para poner en práctica proyectos en diferentes áreas destinados a defender los intereses nacionales de China a nivel mundial. Con esta perspectiva, y ante la alta importancia de China en el escenario internacional, la investigación busca responder cómo la administración de Xi Jinping ha ido poniendo en práctica las diversas caras de su proyecto de autonomía: tecnológica, económica y militar. El objetivo general es exponer cómo China ha estructurado y empleado su programa geopolítico a través de la aplicación de estos mismos proyectos de autonomía en el Sistema-Mundo actual. Además, se pretende resaltar el papel que tiene el actual presidente chino en la construcción de tal proyecto. El análisis teórico se basará en la comprensión del declive de la hegemonía norteamericana en los ámbitos geopolítico, cultural y económico. También se utilizará la perspectiva analítica de que China, aprovechando los ‘gaps’ proporcionados por el declive de la hegemonía estadounidense, ha buscado la multipolaridad para su mejor posición en el sistema internacional.

Palabras clave: La era de Xi Jinping, Política China, Decadencia de la Hegemonía Estadounidense, Proyecto Chino

RESUMO A política externa da China - que desde o governo de Deng Xiaoping (1978 - 1992) se caracterizou por sua neutralidade - tem assumido cada vez mais uma postura proativa, alcançando maior influência no cenário internacional. E essa mudança na política externa se deve principalmente ao atual governo Xi Jinping, que tem usado o poder econômico da China para implementar projetos em diferentes áreas que visam defender os interesses nacionais da China globalmente. Com essa perspectiva, e com o aumento da importância da China no cenário internacional, a pesquisa busca responder como o governo Xi Jinping vem colocando em prática as várias faces de seu projeto de autonomia: tecnológica, econômica e militar. O objetivo geral é expor como a China estruturou e utilizou seu programa geopolítico por meio da aplicação desses mesmos projetos de autonomia no atual Sistema-Mundo. Além disso, pretende-se destacar o papel do atual presidente chinês na construção de tal projeto. A análise teórica será baseada na compreensão do declínio da hegemonia norte-americana nos campos geopolítico, cultural e econômico. Também será utilizada a perspectiva analítica de que a China, aproveitando as ‘lacunas’ proporcionadas pelo declínio da hegemonia norte-americana, buscou a multipolaridade para sua melhor posição no sistema internacional.

Palavras-chave: Era Xi Jinping, Geopolítica Chinesa, Declínio da Hegemonia dos EUA, Projeto Chinês

 

 

INTRODUÇÃO

A política externa chinesa, desde Deng Xiaoping a Hu Jintao, adotava uma postura neutra e pacífica, baseada nos cinco princípios de coexistência pacífica1 (Brown, 2017) formulados em 1955. No entanto, a partir de 2013, Xi Jinping mudou essa postura, assumindo uma política externa pró-ativa, pois, mesmo tendo esses princípios como base, não os observa como seus antecessores, uma vez que abandonou a conduta de “espera e esconda” e adotou uma posição assertiva buscando maior influência no cenário internacional (Callahan, 2016).

Desde 2013, sob a administração de Xi Jinping, a China tem utilizado de seu crescente poder econômico para defender seus interesses nacionais, a segurança interna e desenvolvimento pacífico, sendo estes utilizados como base para a política externa com o intuito de criar um cenário internacional que lhe seja vantajoso. Nesse sentido, Beijing tem feito enormes avanços com projetos como a Iniciativa Cinturão e Rota (ICR), Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB) e Made in China 2025. Também, a modernização do exército e da marinha faz parte dos planos do atual presidente chinês (Zhang, 2015).

Ao mesmo tempo, o gigante asiático usa a dimensão da diplomacia para a promoção de uma visão mais amigável do país. Iniciativas como os Institutos Confúcio, por exemplo, são essenciais para a mudança de paradigma. Além disso, os chineses têm buscado a internacionalização de suas mídias jornalísticas, como também uma maior inserção cultural nos filmes produzidos em Hollywood, uma vez que os chineses possuem parcerias com os estúdios de cinema (Becard, Menechelli Filho , 2019).

Tendo isso em vista, pretendemos analisar de que modo a administração de Xi Jinping vem colocando em prática as várias faces de seu projeto de autonomia tecnológica, econômica e militar, e tecer algumas considerações sobre ele. Objetivamos expor como a China tem estruturado e empregado seu programa geopolítico para ganhar mais autonomia no Sistema-Mundo. Ademais, procuramos evidenciar o papel que o atual presidente chinês tem nesse projeto.

1

Para tanto, o artigo está dividido em três seções. Na primeira seção, contextualiza-se as propostas geopolíticas de presidentes chineses anteriores, delineando como o governo de Xi Jinping as intensificou e as remodelou de acordo com sua visão estratégica. A segunda parte versa sobre os projetos econômicos, militares, tecnológicos e diplomáticos para a autonomia chinesa e, na seção seguinte, discorre-se sobre a maneira que a China tem colocado em prática tais projetos.

A análise do tema será feita a partir da constatação do declínio da hegemonia estadunidense no âmbito geopolítico, econômico e cultural (Wallerstein, 2004; Arrighi, 1996) e da dimensão antissistêmica chinesa (Pennaforte, 2020, p. 41). Na direção do enfraquecimento relativo, são quatro episódios históricos2 apontados por Wallerstein como símbolos do declínio estadunidense, que possibilitam “as ‘brechas’ necessárias para o surgimento de contestações à sua primazia. Nesse sentido, Pennaforte (2020), aponta o BRICS (importante no projeto de autonomia chinês) como um símbolo na defesa da multipolaridade em resposta aos desafios globais e às pressões dos Estados Unidos, destacando a importância que Beijing e Moscou desempenham nessa busca por resposta e melhores posicionamentos no sistema internacional.

DESENVOLVIMENTO

Projeto Geopolítico Chinês E Xi Jinping

O primeiro Plano Quinquenal de 1953 promoveu grandes investimentos em infraestrutura para o desenvolvimento agrícola e industrial do país. No período entre 1949 e 1978, enquanto continuava a passar por transformações internas, a China também buscava eliminar a fome endêmica, empenhava-se em aumentar sua capacidade produtiva e também produzia seu próprio artefato nuclear realizando testes bem sucedidos em 1964 (Pomar, 2003, p. 89-103).

O governo de Deng Xiaoping (1978-1992) empreendeu mudanças que resultaram em importante transformação, permitindo que o país fosse inserido no cenário internacional. As “Quatro Modernizações”3 promoveram reformas na economia da China e a adesão do país, ainda que em partes, à economia de mercado. Tais reformas abriram caminho para o grande crescimento econômico do país nas décadas seguintes (Pinheiro-Machado, 2013). Na da política externa, Deng Xiaoping adotou o que ficou conhecido como a “Estratégia dos 24 Caracteres”: “observe com calma; assegure nossa posição; lide com os assuntos com calma; esconda nossas capacidades e espere nosso tempo; é bom manter a discrição; e nunca reivindique liderança” (tradução livre) (Brown, 2017).

Seguindo um mesmo ponto de vista sobre o que a política externa chinesa deveria adotar, o governo de Hu Jintao (2003-2013) formulou em 2005 o conceito de “mundo harmonioso”, sendo este uma perspectiva inovadora para se construir uma nova ordem global. O mundo harmonioso tem como base os Cinco Princípios da Coexistência Pacífica e apresenta um novo conceito de segurança da China, que busca vincular o país a uma ascensão pacífica e uma postura de não coerção (Carriço, 2013).

Em contrapartida, desde 2013, a ascensão de Xi Jinping ao cargo de presidente da China tem representado grandes transformações para o país. Ao definir que o sonho chinês é o “grande rejuvenescimento da nação chinesa”, o líder estabeleceu objetivos para a prosperidade e poder da nação, traduzidos nas “Metas para os Dois Centenários”. Tais metas previam que até 2021, na comemoração dos cem anos do Partido Comunista Chinês (PCC), a China dobrasse o seu PIB de 2010 - objetivo este que foi alcançado em 2017 (World Bank, 2021) - e que até 2049, na celebração do centenário da República Popular da China, esta seja uma nação “rica, desenvolvida e poderosa” (Allison, 2017).

Em discurso para jovens chineses em maio de 2013, Xi Jinping melhor descreveu o sonho chinês como:

...histórico e atual, mas também um sonho para o futuro. O sonho chinês é a cristalização dos esforços incansáveis de inúmeras pessoas com ideais nobres. Ele carrega a aspiração comum de todos os filhos da nação chinesa e anuncia um futuro brilhante de prosperidade e fortalecimento do país, de revigoramento da nação e de felicidade do povo (Xi, 2019, p.58).

Com isso em vista, para alcançar as metas dos “dois centenários” e realizar o sonho chinês, o presidente tem implementado projetos em diferentes áreas.

AS VÁRIAS FACES DA AUTONOMIA NO SISTEMA-MUNDO

O projeto chinês deve ser compreendido dentro de uma perspectiva global. O principal aspecto a ser observado é a liderança do PCC, sob uma bandeira nacionalista e monolítica. Sendo assim, faremos uma análise sobre os pontos que impactam a atuação chinesa no seu projeto de ascensão econômica e geopolítica.

ECONÔMICA

O crescimento econômico chinês durante os anos 1980 e 1990 alcançou durante um bom tempo o patamar de dois dígitos. Isso assombrava o mundo pela capacidade do país de promover uma industrialização rápida e constante a partir das reformas econômicas de Deng Xiaoping nos anos 1980. Após a morte do líder em 1992, o país manteve o seu ritmo e chegou ao século XXI com crescimentos econômicos anuais de um dígito, mas superiores aos dos países desenvolvidos. Tal crescimento tem sido a base, não só para o desenvolvimento do país, como também para a projeção de poder em um contexto internacional. Nesse sentido, por meio de iniciativas como a Iniciativa Cinturão e Rota (ICR), anunciada em 2013, e o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB), criado em 2015, os chineses têm buscado aumentar sua influência, tanto regionalmente como globalmente. Ao mesmo tempo, a China busca modernizar suas forças armadas, pois as vê como um pilar para alcançar os objetivos geopolíticos (Xinhua, 2013).

A ICR é um projeto que busca impulsionar uma robusta rede de infraestrutura que perpassa 65 países, tanto por terra como por mar, para se fazer presente em três continentes - Europa, Ásia e África. Além disso, a nova rota da seda visa maior dinamismo econômico, aumento de comércio e maior integração financeira com o intuito de fortalecer o setor (Wang, 2016). Essas rotas são tanto terrestres quanto marítimas, procurando estabelecer infraestrutura, livre comércio, dinamismo econômico entre as regiões e maior conversibilidade de mercado, aliado ao fortalecimento do setor financeiro. Além disso, a Nova Rota da Seda não possui nenhum condicionamento político ou militar, uma vez que a China não busca hegemonia e nem se pauta na dominação - nos moldes imperialistas - para alcançar seus objetivos no contexto Internacional segundo o que é defendido por Beijing. A tática chinesa é não se envolver nos conflitos políticos internos dos países postulantes e/ou parceiros da NRS. O pragmatismo é a base do relacionamento de Beijing com seus parceiros.

Entretanto, existem enormes desafios a serem superados, já que a rota passa por três continentes, atingindo 65% da população mundial. Também, existem diferenças culturais e religiosas entre os países, além de disputas fronteiriças - como é o caso da própria China com a Índia. Assim, será necessário um esforço ativo por parte das nações para a superação desses obstáculos, colocando o desenvolvimento e o bem-estar como ordem do dia.

Já o AIIB é uma iniciativa focada diretamente no desenvolvimento de infraestrutura asiático, uma vez que há um déficit de $8 trilhões em investimento no setor no continente. Nesse contexto, o AIIB e o Silk Road Fund são fundos para o financiamento da ICR, sendo o primeiro somente em parte, e o segundo exclusivamente voltado para o projeto (Liu, Xu e Fan, 2020).

MILITAR

Tendo em vista seu imenso poder econômico e sua articulação de megaprojetos pelo mundo, a China busca aumentar sua projeção de poder no âmbito internacional. Para tanto, também é necessário o fortalecimento das forças armadas chinesas, considerado pelo líder do país como um dos pilares para a realização do sonho chinês (Xinhua, 2013). Assim, percebe-se que o gigante asiático passa por uma profunda modernização no âmbito militar, como indica o relatório anual de desenvolvimento militar e de segurança dos Estados Unidos lançado em 2018, que aponta para o fato de que o Exército de Libertação Popular (ELP) da China está atravessando a fase de “restauração mais abrangente de sua história” (US Department of Defense, 2018).

Nesse sentido, o documento “China’s Military Strategy” de 2015, esclarece que, para a realização dos objetivos chineses, o desenvolvimento inovador de estratégias militares é necessário. Por conseguinte, para a defesa da segurança nacional e dos interesses internos, as forças armadas continuarão a participar da construção econômica e social do país, além de buscar cooperação regional e internacional na área de segurança. Para tanto, o documento aponta que para poder assegurar o país, o exército terá como objetivo construir um moderno sistema militar com características chinesas, com aumento da informatização e com capacidade de enfrentar as várias ameaças de segurança que o Estado possa enfrentar (China, 2015).

Para alcançar uma dimensão geopolítica de grande envergadura para o país, a modernização das forças armadas chinesas ocupa um lugar de destaque. Mesmo com a perspectiva pacífica (pelo menos é o que se coloca) do seu projeto, a manutenção da capacidade de dissuasão é fundamental para um país que almeja um lugar de destaque no sistema-mundo contemporâneo.

Para atingir o objetivo de possuir um moderno sistema militar, a China tem despendido esforços na reestruturação da informatização de suas forças armadas, ambicionando vitórias em possíveis guerras locais. Segundo Wuthnow e Saunders (2017), é o aumento expressivo de gastos com defesa, apresentado pela China desde 1990, que sustenta essa nova estratégia. Assim, ao enfatizar a relevância de guerra de manobra4 em um campo de batalha tecnológico, o governo de Pequim visa combater os sistemas de informação de adversários.

Nesse sentido, visando a neutralização dos sistemas inimigos, a edição Science of Strategy de 2013 debate a necessidade do ELP estar apto à guerra espacial, cibernética e eletrônica de forma a atingir seus objetivos. À vista disso, Teixeira Júnior e Silva (2020) ressaltam que, é também a fim de impossibilitar o domínio militar - seja terrestre, marítimo ou aéreo – exclusivo de algumas outras nações, que o país asiático tem elaborado estratégias para a inovação tecnológica que permitam também a construção de armas e equipamentos de grande capacidade para as batalhas para além do campo tecnológico.

TECNOLÓGICA

A Ciência e Tecnologia ganharam relevância em projetos do governo chinês a partir das Quatro Modernizações de Deng Xiaoping. Foi durante esse período que o desenvolvimento tecnológico passou a ser percebido como uma ferramenta na construção da nação. Contudo, foi apenas na presidência de Jiang Zemin (1993 – 2003) que a Ciência, a Tecnologia e a Inovação passaram a ter uma centralidade na elaboração de políticas de orientação para o desenvolvimento do país. Com isso, a partir de 2006, com Hu Jintao (2003-2013) na presidência, é que as estratégias nesse sentido ficam mais claras e possibilitaram o crescimento de inúmeras empresas chinesas, como a Huawei, o que resultou em transformações na indústria de Tecnologia da Informação e Comunicação e estabeleceu a participação global chinesa nesse campo (Cassiolato, 2013).

O avanço tecnológico chinês e seus impactos sob o tradicional centro do capitalismo (EUA e Europa) puderam ser sentidos durante a administração Donald Trump (2016-2021). A “guerra comercial” patrocinada por Washington contra a China durante o seu governo demonstrou o desgaste acentuado do país frente à competitividade de Beijing. A famosa tecnologia 5G dominada pela Huawei atesta a grande capacidade tecnológica do país.

Com a ascensão de Xi Jinping, em 2013, a temática continuou tendo centralidade no governo chinês, porém com uma ênfase ainda maior. O atual líder vê os avanços na ciência e tecnologia como uma promoção do poderio geral do país e uma forma de adquirir vantagens frente a outros países. Para tanto, o presidente afirmou em discurso, na 17ª Conferência de Membros da Academia Chinesa de Ciências, em junho de 2014, que a China deve se esforçar para acompanhar os avanços obtidos pelos outros países e até mesmo ultrapassá-los, de forma a não ficar para trás.

Outro ponto que Xi Jinping destaca é a busca por uma inovação autônoma. Para que essa inovação seja alcançada, o país deve focar nos avanços dos setores chaves, no desenvolvimento em Ciência e Tecnologia e no desenvolvimento voltado para o futuro. A importância de se atingir uma inovação autônoma é a de que desse modo a China poderá “tomar verdadeiramente a iniciativa na competição e no desenvolvimento e garantir completamente a segurança da economia, da defesa nacional e de outras áreas do país” (Xi, 2019, p. 149).

Nesse sentido, atualmente na área da Tecnologia, a China conta como um de seus principais projetos na área: o plano Made in China 2025, que visa transformar o país em um dos mais inovadores do mundo até 2030 e uma potência mundial em Ciência e Tecnologia até 2049, quando a República Popular da China completará cem anos (Arbix et al., 2018). Além disso, as inovações tecnológicas estão diretamente relacionadas com o aprimoramento do poder militar do país como mencionado na subseção anterior.

DIPLOMÁTICA

A fim de sustentar o projeto de revitalização nacional, a soberania e a segurança chinesa, o líder chinês tem defendido, desde sua posse em 2013, os avanços no trabalho diplomático. Sob sua diplomacia, a China deverá mostrar ao mundo o “sonho chinês” e a defesa do desenvolvimento pacífico, cooperação e benefício mútuo. Essa ideia para a diplomacia pode ser observada em algumas passagens de um dos discursos de Xi Jinping:

Devemos continuar promovendo a cooperação baseada nos benefícios compartilhados e impulsionando a criação de um novo modelo de relações internacionais tendo a cooperação de benefícios mútuos como núcleo, levar adiante a estratégia de abertura com benefícios mútuos e aplicar o modelo ganha-ganha em todos os âmbitos da nossa cooperação com o exterior como, por exemplo, na cooperação política, econômica, cultural e de segurança. (...)

A China deve desenvolver uma diplomacia de grande país com características próprias. Com base nas nossas experiências, devemos enriquecer nossas teorias e práticas diplomáticas, de forma a desenvolver o nosso trabalho neste domínio com características acentuadas, estilo e visão chineses. [...] É necessário seguir a diplomacia independente de paz, buscar o desenvolvimento do país e da nação apoiando-nos nas nossas próprias forças e seguir inabalavelmente o nosso próprio caminho de desenvolvimento pacífico e, ao mesmo tempo, jamais renunciarmos aos nossos direitos e interesses legítimos nem sacrificaremos os interesses vitais do nosso país. (Xi, 2019, p.545-546)

Nesse sentido, o uso da “diplomacia cultural” é a maior aposta para o governo de Beijing. Para atingir seus objetivos diplomáticos, a China tem buscado difundir sua história e sua cultura por meio dos filmes de produção própria e dos Institutos Confúcio. A intenção com essas abordagens é fazer com que os países do globo possam conhecer mais sobre a nação asiática de forma a diminuir tensões e assim criar um cenário mais favorável para a China internacionalmente (Becard, Menechelli Filho , 2019).

O EQUILÍBRIO DE PODERES

A hegemonia dos Estados Unidos no sistema-mundo está em declínio no âmbito cultural, econômico e geopolítico (Wallerstein, 2004). Com isso, o país norte-americano tem deixado uma abertura para que a China e outros países, com o seu grande crescimento econômico nas últimas décadas, alcancem cada vez mais uma maior importância e poder dentro do sistema-mundo (Pennaforte, 2020). Contudo, observa-se que o governo de Pequim não busca enfrentar o poder estadunidense e ganhar maior espaço com um combate direto (pelo menos no momento), mas sim prezando pela multipolaridade do sistema e colocando em prática projetos que outrora foram dominados apenas por instituições ocidentais.

Tendo em vista as perspectivas chinesas para a construção de sua autonomia no sistema-mundo, inúmeras ações estão sendo colocadas em prática nesse sentido. Exemplo dessas ações é a Iniciativa Cinturão e Rota (ICR), anunciada por Xi Jinping em 2013. A magnitude da ICR expressa o tamanho do poder econômico chinês e dos planos do governo de Pequim para a influência da China no sistema-mundo. Por meio de inúmeras conexões econômicas e do desenvolvimento das ligações físicas com o investimento em infraestrutura, o projeto irá viabilizar a estratégia geopolítica da China.

Os resultados reais da ICR já vêm sendo observados. Desde o anúncio da Iniciativa até março de 2019, a China assinou 173 acordos de cooperação com 125 países e 29 organizações internacionais, expandindo o projeto para a África, América Latina e Pacífico Sul. Por conseguinte, diferentes áreas envolvidas no megaprojeto vêm apresentando grandes resultados. No âmbito da infraestrutura, o setor ferroviário entre China e Europa conectou 108 cidades em 16 países até o final de 2018. No mesmo período o transporte aéreo também foi otimizado, acordos bilaterais sobre esse campo foram assinados entre Pequim e 126 países, resultando na abertura de mais de 1.239 novas rotas aéreas. Quanto ao comércio, entre 2013 e 2018, o valor de vendas entre a China e os países da Iniciativa ultrapassou os U$ 6 trilhões, valor correspondente a quase 30% do comércio total de mercadorias chinesas (China, 2019).

Na esfera dos investimentos, as instituições financeiras multilaterais da Iniciativa Cinturão e Rota têm-se mostrado estáveis e de qualidade, oferecendo financiamentos em diversas áreas. A cooperação entre instituições financeiras chinesas e de países participantes do projeto é grande. Exemplo disso é que o People’s Bank of China, têm programas de financiamento conjunto com bancos de diferentes continentes como o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Banco Africano de Desenvolvimento, o Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento. Ademais, a Iniciativa possibilitou que, 11 bancos financiados pela China, criassem 76 novas instituições financeiras em 28 países ao longo da rota. Tais atuações também têm gerado o fortalecimento do Renminbi como moeda de pagamento internacional (China, 2019).

Nesse sentido, Flint e Zhu (2019) destacam que a ICR está inclusa na mudança de visão geopolítica da China que tem a integração regional como um dos maiores objetivos e que percebe a influência política e econômica como estratégias para alcançar tal objetivo. Além disso, o país aspira criar um mundo multipolar e reduzir a hegemonia estadunidense. Consequentemente, para proteger seus interesses, o governo chinês tem focado também na segurança nacional e com isso, o aprimoramento de suas forças armadas.

A modernização militar empreendida pela China está possibilitando ao país, não apenas garantir sua defesa, mas também projeções militares internacionais. A expansão da base naval no Djibuti é um exemplo, pois além de amplificar o poder naval chinês - o porto agora possui a capacidade de abrigar porta-aviões - a base se localiza em uma região estratégica. Deve-se destacar ainda que a China executa diversos projetos de infraestrutura na África, ampliando sua influência na região (Sputnik, 2021). Desta forma, o gigante asiático tem procurado oportunidades no continente africano para a construção de novas bases - principalmente no que tange às bases para porta aviões - no lado ocidental do continente, demonstrando que o aumento de projeção militar empreendido por Pequim é muito bem planejado (Associated Press, 2021).

Também, os chineses puderam adquirir melhores posições no Mar do Sul da China, devido não só ao aumento da sua marinha, como também da influência exercida nos países do sudeste asiático. Graças aos esforços dos últimos anos em direção a integração econômica com Pequim, bem como na condução diplomática junto à ASEAN, a China pôde resolver os conflitos na região de forma bilateral - o que diminui o poder de barganha dos países reclamantes - impedindo a internacionalização das disputas e, consequentemente, o envolvimento dos EUA (Pautasso, Doria, 2017). Nesse sentido, projetos como a ICR, o acordo de livre-comércio RECEP e acordos de caráter bilateral fazem com que a projeção econômica chinesa seja ainda maior, tornando cada vez mais difícil a desassociação dos países membros desses acordos para com a China, diminuindo assim, a influência estadunidense.

Em contrapartida a essa posição mais assertiva com o aprimoramento militar, o gigante asiático busca fomentar uma imagem positiva para com o mundo - principalmente no ocidente - de forma a diminuir a distância de como os chineses veem a China para como o mundo a vê. Graças ao imenso crescimento econômico chinês, o país, em 2020, tornou-se o maior mercado de cinemas do mundo (Global Times, 2021), sendo que em 2016 já havia ultrapassado os EUA em número de telas de cinema (China Film Insider, 2016). Tudo isso tornou o gigante asiático extremamente atraente para a indústria cinematográfica.

Desse modo, por meio de parcerias com estúdios de Hollywood, os chineses puderam ter maior controle sobre a produção de filmes com exibição mundial, facilitando a tarefa de difundir uma imagem positiva chinesa. Soma-se a isso o fato de que a China investiu massivamente na promoção de seus veículos de imprensa, transformando, o que eram antes meios de mídia nacionais, em internacionais, expandindo para 180 escritórios fora da China, suplantando meios conhecidos como Associated Press e Reuters (Becard, Menechelli Filho, 2019).

Outro fator importante na diplomacia e na construção da imagem chinesa no exterior são os Institutos Confúcios, responsáveis pela propagação da língua e da cultura da China para o resto do globo. Segundo dados divulgados pelo governo de Pequim em 2017, existem cerca de 511 Institutos em 140 países, resultando em aproximadamente dois milhões de alunos fora da China. Importante pontuar também que, do total de Institutos pelo mundo, mais da metade deles (264) encontram-se em países ao longo da ICR e que o Brasil conta com 10 Institutos Confúcios (Diário do Povo Online, 2017).

Além do exposto, a pandemia do coronavírus trouxe desafios e oportunidades para a diplomacia chinesa. Por ter sido o epicentro do COVID-19, a China sofreu diversos ataques ao redor do mundo, além da desconfiança constante em relação à origem do vírus. No entanto, quando ainda não havia vacina, Beijing doou respiradores e máscaras próprias para uso médico para países em desenvolvimento. Quando a vacina foi desenvolvida, o país asiático implantou a chamada “diplomacia das vacinas”, que consiste na doação e na venda de vacinas para países periféricos, em um momento no qual UE e EUA estavam comprando o máximo de doses possíveis para a imunização completa de suas populações. Desta forma, a China pôde garantir maior influência e reverter a imagem negativa que havia se criado (The Economist, 2021).

Ainda, os chineses foram capazes de controlar a pandemia em seus estágios iniciais, enquanto EUA e UE se mostraram incapazes de desenhar uma política de combate ao vírus, tendo números consideráveis de mortos. Desta forma, a China conseguiu, ao mesmo tempo, garantir a segurança de sua população - além das medidas de isolamento, uso de máscara e testagem em massa, até o presente momento, já foram vacinadas mais de 1 bilhão de pessoas na China, segundo dados da National Health Commission (Xinhua, 2021) - aumentar sua influência ao redor do mundo e alterar de forma positiva como é visto por seus pares.

CONCLUSÕES

O Partido Comunista Chinês (PCC) comemorou 100 anos de sua fundação em 2021. Em seu discurso na cerimônia de comemoração do centenário, no dia 1 de julho de 2021, Xi Jinping deu um aviso àqueles que buscarem a contenção chinesa e se oporem à reintegração de Taiwan à China continental, destacando que estes irão colidir em uma “muralha de aço forjada por 1,4 bilhões de chineses. Também delineou o futuro que será buscado pelo PCC visa a promoção da cooperação por meio da Nova Rota da Seda, a modernização do Exército de Libertação Nacional, transformar a China em um grande país socialista moderno em todos os aspectos e a construção de uma comunidade com um destino compartilhado para humanidade (Global Times, 2021).

O desenvolvimento econômico chinês, iniciado com a abertura do país para o mundo no final dos anos 1980, vem possibilitando à China exercer maior influência no cenário internacional. Por meio de seus projetos de infraestrutura e de comércio, o governo de Xi Jinping deixou para trás a atuação low profile dos chineses no sistema internacional para adotar uma postura mais atuante. Nesse cenário, pode-se apontar que a modernização das Forças Armadas é um objetivo complementar, que visa a garantia da segurança interna e dos investimentos chineses no exterior. Para tanto, a garantia dos investimentos em Ciência e Tecnologia também é importante e está diretamente relacionada à consolidação dos projetos militares.

Apesar do cenário e das perspectivas favoráveis, a China ainda enfrenta muitos dilemas. O próprio “modelo chinês” é repleto de contradições sob os pontos de vista social, econômico e político, mesmo com milhões de chineses terem ascendido economicamente e socialmente no país nas últimas décadas (fato inegável).

Sob o ponto de vista geopolítico, a China caminha para uma posição de proeminência no sistema-mundo em nossa opinião. O projeto levado a cabo por Xi Jinping e que procuramos analisar, demonstra coerência e decisão no caminho a ser trilhado pelo país rumo à uma possível liderança mundial no século XXI.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Arbix, G., Miranda, Z., Toledo, C., y Zancul, E. (2018, diciembre 13). Made in China 2025 e Industrie 4.0: a difícil transição chinesa do catching up à economia puxada pela inovação. Tempo Social, 30(3). Recuperado de https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20702018000300143

Arrighi, G. (1996). O Longo Século XX. Rio de Janeiro: Editora UNESP.

Baldor, L. (2021). General: China’s Africa outreach poses threat from Atlantic. Associated Press. Recuperado de https://apnews.com/article/middle-east-africa-china-business-government-and-politics-24f774a952eaabcb38d2b25380b61a62

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1 Respeito mútuo à soberania e à integridade territorial; não agressão mútua; não interferência mútua nos assuntos internos de outros países; igualdade e cooperação para benefício mútuo; coexistência pacífica.

 

2 O fracasso no Vietnã, as Revoluções de 1968, o fim da URSS e os atentados de 11 de setembro de 2001.

3 Modernização implementada na agricultura, indústria, defesa nacional e ciência e tecnologia.

4 processo no qual o adversário é paralisado e não destruído.